Por Eudes Sippel
Fala-se muito no ajuste fiscal do governo federal, mas, diante dos fatos e acontecimentos, em mais de um ano de tentativas fracassadas porque o governo não acredita que o ajuste é o caminho, já temos certeza: não vai acontecer!
Aliás, com um governo que gasta sem controle e com todas as iniciativas atreladas a se defender no poder e manter calma uma turma de simpatizantes, de fato, não vai sair o ajuste e as reformas necessárias.
Isso reduz a confiança, e o investimento não vem. Logo, não vem o crescimento.
Tudo isso reflete em menos arrecadação. Menos IR e IPI, menos receitas de transferências pelo FPM para os Municípios.
Problema?
Mais de 80% dos Municípios dependem do FPM, e a formação das suas receitas pelo Fundo chega a 90%. Restaria correr para se socorrer nos Estados. Mas todos sofrem os efeitos da crise e tem suas receitas diminuídas por queda na produção industrial, no comércio, do PIB, do emprego. Alguns Estados até com a queda do petróleo. Sem falar no alto déficit que boa parte já enfrenta por força da má administração. Para completar, a dívida dos Estados com a União não recua e consome enorme energia arrecadatória.
Sem ajustes na questão macro que cabe a União, sem poder se socorrer nos Estados, vai sobrar aos Municípios que terão que cortar mesmo. Não apenas naquilo que desejamos (menos CCs, secretários, diárias, viagens e etc), mas vai cortar na saúde, vai cortar na educação, vai cortar na “carne”.
Afinal, o Município não tem saída.
O governo federal que fala, fala e fala em ajuste, continua gastando e gerando déficit – este vai ser o terceiro ano seguido em que gasta mais que arrecada.
Mas como ele consegue?
Olha, ele imprime moeda, emite títulos da divida, e segue gastando.
Os Municípios e seus gestores não têm o poder de emitir moeda para pagar suas contas quando a receita não é suficiente para cobrir os gastos e despesas.
O grave disso, é que, ao emitir moeda, esta apenas aumentando a nossa dívida.
Todas estas atitudes encolhem ainda mais os investidores e reduz a confiança do mercado. Ficamos assim, com um governo que fala muito e gasta demais. E que deixa para o Município e seus gestores o lado cruel de cortar na carne para fechar as contas.
Só pra lembrar, se alguém esqueceu: a carne é a sociedade!
28 de Outubro – DIA DO SERVIDOR PÚBLICO
ATENÇÃO: Receita Federal publica nova orientação sobre o ITR aos Municípios
Feliz 2019!
Agenda da Semana (16/12 – 22/12)
Plenário pode votar projeto que autoriza União, Estados e Municípios a cederem crédito de dívida a receber
Plenário analisa projeto que regulamenta securitização da dívida ativa
Gosto muito das matérias de vocês. Muitas informações que nos mantém bem informados.
Quero agradecer por esta empresa maravilhosa, eu descobri vocês através de matérias relacionadas ao ITR, sou o responsável pelo ITR de meu Município, e depois de conhece-los ficou muito mais fácil gerir o ITR.
Sr. Eudes Sippel, não deixe o comitê e nem nos abandone……
Roberto Cunha 34-3851-3756
Primeiro, que o Governo está com contingenciamento, portanto gastando menos. E se isso fosse verdade, não seria bom para o país? Entendo que hoje os Municípios tem uma carga muito grande de obrigações, muito por conta da judicialização que é jogada para os Municípios pelo Judiciário e deixando os estados livres, sem precisarem ser responsabilizados pelo não cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal.