O Plenário do Senado aprovou, nesta quarta-feira (6), projeto de lei (PLS 316/2015 – complementar) que busca evitar a punição de prefeitos com base na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei 101/2000) em casos de redução de recursos por razões externas. O texto aprovado é o do projeto original, sem as emendas apresentadas, que devem ser votadas hoje quinta-feira (7), em sessão marcada para às 10h.
O texto, do senador Otto Alencar (PSD-BA), é parte da Agenda Brasil, uma série de projetos reunidos pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, para impulsionar o desenvolvimento nacional.
O projeto veda a aplicação de sanções ao município que ultrapassar o limite para a despesa total com pessoal em dois casos. O primeiro é quando isso ocorrer por conta da diminuição do valor das transferências do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) decorrente de isenção tributária praticada pela União. O segundo caso é quando houver redução das receitas recebidas de royalties e participação especial. As punições vedadas incluem a não contratação de operações de crédito, não recebimento de transferências voluntárias e de não obtenção de garantia aos Municípios.
O autor do projeto, senador Otto Alencar, que já integrou o Tribunal de Contas da Bahia, alegou que muitos Municípios vivem quase exclusivamente do FPM e os prefeitos acabam sendo punidos por ações de desoneração do governo federal. Um exemplo dessas desonerações são as que atingem o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), uma das bases do FPM.
— A crise que está acontecendo no Brasil, hoje, não foi gerada dos Municípios para Brasília. Foi gerada de Brasília para os Municípios. Se Brasília fosse menor, e os estados e os Municípios fossem maiores na arrecadação, na capacidade administrativa, na autonomia administrativa, financeira e política, não existiria muita crise — lembrou.
Apoio
O projeto foi apoiado pela maior parte dos senadores que falaram em Plenário. O líder do governo, senador Humberto Costa (PT-PE), e o líder do PT, senador Paulo Rocha (PT-PA) também orientaram as bancadas a votarem favoravelmente ao texto.
Reguffe (sem partido-DF), no entanto, se mostrou preocupado com as alterações propostas. Para ele, nada pode servir de pretexto para que um prefeito gaste mais do que arrecada.
— Respeito a posição de todos, mas meu voto vai ser contrário. Considero a Lei de Responsabilidade Fiscal uma das maiores conquistas deste País nos últimos tempos. Um Governo não pode gastar mais do que arrecada. Quem paga isso, no futuro, é o contribuinte.
Cristovam Buarque (PPS-DF) também questionou as mudanças. Ele disse considerar que, apesar de os prefeitos viverem um problema emergencial, em função da queda de arrecadação, a Lei de Responsabilidade Fiscal é permanente. Seu temor era de que o texto flexibilizasse demais a lei. Depois da discussão, no entanto, o senador acabou concordando com a aprovação do texto.
Na sessão desta quinta-feira, serão votadas duas emendas aprovadas pela Comissão do Desenvolvimento Nacional e mais quatro emendas apresentadas em Plenário pelo relator, senador Blairo Maggi (PR-MT).
Fonte: Agência Senado
28 de Outubro – DIA DO SERVIDOR PÚBLICO
ATENÇÃO: Receita Federal publica nova orientação sobre o ITR aos Municípios
Feliz 2019!
Agenda da Semana (16/12 – 22/12)
Plenário pode votar projeto que autoriza União, Estados e Municípios a cederem crédito de dívida a receber
Plenário analisa projeto que regulamenta securitização da dívida ativa